O advogado que defendeu Asia Bibi, Saiful Malook, está agora com o caso de um casal cristão que está no corredor da morte no Paquistão, acusado de blasfêmia. O casal Shagufta Kousar e Shafqat Masih foi acusado de enviar mensagens de texto com conteúdo blasfemo a um homem muçulmano. Shagufta Kousar e Shafqat Masih foram condenados à morte, mas apelaram ao Supremo Tribunal de Lahore.
O advogado Saiful Malook havia deixado o Paquistão por um breve período de tempo devido a ameaças de morte depois que a pena de morte de Asia Bibi foi derrubada, em outubro de 2018. Ele vai apelar contra a condenação do casal (em 2014) sob a mesma lei. De acordo com o advogado, Shagufta Kousar está presa na mesma cela em que Asia Bibi estava até ser colocada sob custódia protetiva, quando sua pena foi retirada.
O casal é de Gojra, na província de Punjab e tem quatro filhos. Shagufta Kousar trabalhava na limpeza de uma escola da igreja. Um homem da cidade fez uma denúncia aos oficiais da mesquita de que havia recebido mensagens blasfemas em inglês por telefone, e a reclamação foi passada à polícia. Shagufta e Shafqat foram presos e acusados de “insultar o Alcorão” e “insultar o profeta”.
Shafqat, que é deficiente, admitiu ter enviado as mensagens, mas depois disse que fez a confissão sob coação, pois temia pela segurança da esposa. O casal é analfabeto e alega que não poderia ter enviado as mensagens em inglês. Também disseram que o chip usado para enviar as mensagens foi comprado no nome de Shagufta após ela ter sua carteira de identidade roubada.
Semelhante ao caso de Asia Bibi
Há muitas semelhanças entre o caso de Shagufta e seu marido Shafqat e o de Asia Bibi. A Portas Abertas lamenta pelas famílias e comunidades envolvidas. Apelamos para que o judiciário do Paquistão exerça justiça e estimule a integridade em como o sistema responde e protege o casal, atualmente sob custódia. Clamamos aos cristãos que orem por esse casal, para que fique firme na fé e seja guardado pelo Senhor e espere somente nele.
Enquanto isso, um líder da ALIVE (organização parceira da Portas Abertas no país, formada por uma rede de igrejas) comenta sobre a ida de Asia Bibi para o Canadá. “As pessoas estão aliviadas pelo fato de Asia estar livre, é claro. Ao mesmo tempo, elas percebem que o caso dela vai impactá-los para sempre. Enquanto houver a lei de blasfêmia, o que aconteceu com ela pode acontecer a qualquer um de nós. Mas também nos sentimos redimidos. Depois de quase dez longos anos, justiça foi feita para Asia e sua família. Sabemos que isso só foi possível pelo agir de Deus. Ela foi absolvida em outubro de 2018, mas só teve permissão de sair do país em maio. Isso significa que houve muitas forças oponentes em ação. Mesmo assim, ela ganhou a liberdade”, conclui.
Fonte: Assessoria Portas Abertas
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